Em entrevista à Decanter, o presidente da Symington Family Estates lembra como a vida era difícil para os trabalhadores do Vinho do Porto quando começou a trabalhar na empresa nos anos 1970. “Agora conduzimos bons carros e vivemos com conforto, mas naquele tempo não havia dinheiro e não podíamos dar-nos ao luxo de viajar. Eu nunca visitei Inglaterra até aos 13 anos.” Começou a trabalhar na empresa, por volta dos 20 e poucos anos e agora sente que foi “praticamente predestinado para isso e que a minha carreia estava à minha espera. É difícil imaginar o que é poderia ter feito se não estivesse ligado ao vinho”. Symington recusa-se a baixar os braços por causa da atual crise em Portugal. Cultivando a sua paixão pela História, ele foi pesquisar os arquivos e descobriu que as épocas prósperas vão e vêm “como as estações do ano”. “Algumas épocas foram muito más, mas também já houve épocas que foram péssimas. Neste momento, passam-se tempos difíceis na Europa e em Portugal, mas estas coisas são como as estações do ano; vão alterar-se com o passar do tempo. Eu não posso fazer nada em relação a isso, por isso não me preocupo”. Descrito por Steven Spurrier como “inspirador” e por Marchese Piero Antinori como o “descendente de uma grande dinastia de confiança”, Symington deixa claro que ele é um europeu – a “Europafobia” da maior parte dos britânicos entristece-o – e apaixonado pela sua terra, o Douro, onde pensa viver permanentemente assim que se reforme. “O Douro cura a minha alma. Mal posso esperar para que a Janie (a sua esposa) e eu venhamos para aqui viver a tempo inteiro”. A Symington Family Estates é gerida por Paul e os seus primos, Johnny e Rupert e na empresa trabalham outros membros da família, incluindo o seu irmão Dominic e o seu primo Charles, com “ a próxima geração a chegar em breve, liderada por filho mais velho de Paul”, escreve-se na revista Decanter. Tal como Symington afirmou na entrevista, “é um prémio de família [Decanter Homem do Ano 2012] que fico muito feliz por aceitar, mas é em nome de todos.”