Produção vinícola deve aumentar no Douro e diminuir no Alentejo
Economia
24 Agosto 12

A um mês da campanha vinícola de 2012, a região do Douro conta com um aumento da produção, ao contrário do Alentejo, cujos produtores se debatem com atrasos na maturação das videiras. O Dão deverá ter menos pipas, mas vinhos de qualidade adicional.
Em três das maiores regiões demarcadas do país, os produtores apontam para um aumento generalizado da qualidade, mas apenas o Douro espera o reforço da produção, na ordem dos 23%. O Dão espera a mesma quantidade de vinho, enquanto o Alentejo aguarda uma ligeira redução das pipas produzidas. A norte, na Região Demarcada do Douro, prevê-se para esta vindima uma produção média de vinho a rondar as 295 mil pipas. Segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), a expectativa de colheita para esta vindima é de cerca de 295 mil pipas, num intervalo de previsão entre as 269 e as 325 mil pipas. As previsões da ADVID são efectuadas com base no pólen, recolhido em Maio nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. No entanto, a produção real poderá registar uma quebra devido à queda de granizo, que em Julho afectou cerca de 700 hectares de vinha nos concelhos de Sabrosa, Alijó e São João da Pesqueira. A este facto juntam-se ainda as condições meteorológicas. Este ano vitícola no Douro situa-se entre os seis mais secos desde há 40 anos, com menos 52%, em média, de precipitação acumulada. Na região do Dão, António Mendes, vogal da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD), espera uma produção entre os 40 e 45 milhões de litros, o que corresponde a uma “ligeira quebra”, devido ao stress hídrico a que algumas castas estiveram sujeitas, a uma ligeira incidência da podridão negra (black roth) e ainda ao escaldão da vinha que aconteceu recentemente. “Mas, se houver uma ligeira quebra na quantidade, não é nada que preocupe. Pelo contrário, tem sido essa a condição: quando se assiste a uma ligeira quebra da produção, acontece um interessante aumento da qualidade no Dão”, atalhou. Por isso, o também presidente da adega cooperativa de Mangualde assegura que, “se tudo correr dentro da normalidade, com a recente chuva que caiu no Dão, então a qualidade poderá até ser superior ao ano passado, que já foi um excelente ano”. Sobre a qualidade, existe uma sintonia entre dirigentes e produtores, com João Teixeira, cujas vinhas se encontram nas mais ensolaradas encostas do rio Dão, que dá nome à região, a admitir que “se não acontecerem surpresas”, o que está para sair dos vinhedos “é um grande copo”. Mais a sul, a produção de vinho no Alentejo deve sofrer este ano uma diminuição face a 2011, mas ainda pouco se pode adiantar sobre esta matéria, visto que “as maturações das uvas se encontram bastante atrasadas”, segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). A presidente da CVRA, Dora Simões, adiantou à Lusa que “o tempo seco e a falta de humidade no solo está a ter efeitos no desenvolvimento vegetativo da videira, causando atraso na maturação das uvas”. “A quantidade de uva nos cachos é menor do que o habitual devido ao calibre inferior dos bagos”, sublinhou. Segundo a responsável, a qualidade das uvas para esta vindima, até à data, “prevê-se boa”, dependendo, no entanto, “das condições climatéricas que ocorram durante a fase de maturação”. Na região alentejana, revelou ainda a CVRA, apenas alguns produtores do Baixo Alentejo já começaram as vindimas, mas somente de algumas castas mais precoces.
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