Regiões Vitivinícolas
Os solos são igualmente heterogéneos, alternando entre as areias finas e profundas das planícies e os solos calcários e argilo-calcários da Serra da Arrábida.
É aqui que nasce o Moscatel de Setúbal, um dos vinhos mais reputados de Portugal.
O clima da região é claramente mediterrânico, com verões quentes e secos, invernos amenos mas chuvosos, e humidade elevada. Só a Serra da Arrábida, pela altitude elevada e pela proximidade ao mar, beneficia de um clima de feição mais atlântica.
A Península de Setúbal compreende as denominações de origem, “Palmela” e “Setúbal” e a indicação geográfica da Península de Setúbal. A denominação “Setúbal” está reservada para os vinhos Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo.
Galeria Fotográfica da Região Vitivinicola da Península de Setúbal
Os vinhos tintos de “Palmela” baseiam-se na casta Castelão, de presença obrigatória na denominação, casta que oferece o melhor de si nos solos arenosos quentes e soltos de Palmela, ganhando uma complexidade e profundidade que a casta só raramente consegue alcançar fora da região.
As duas castas brancas dominantes são o Arinto e Fernão Pires, bem como o Moscatel Graúdo, destinado sobretudo aos vinhos generosos da região. Nas castas tintas, evidenciam-se o Castelão e a Trincadeira.
No século XIX, a maior vinha contínua do mundo situava-se na região da Península de Setúbal: eram cerca de 4000 hectares de vinha que pertenciam a apenas um produtor. Hoje a área ocupada pela vinha tem cerca de 8000 hectares.
O Moscatel de Setúbal sempre foi um vinho com grande fama nacional e internacional. Um dos grandes apreciadores deste vinho foi o rei francês Luís XIV.
O Moscatel era muito exportado para o Brasil. Aí, o vinho era vendido e o que sobrava regressava a Portugal. O transporte era efectuado em navios que atravessavam todo o Atlântico e por isso, sujeitos a elevadas temperaturas. Quando os barris eram desembarcados, notava-se que o vinho estava mais concentrado e suave. Estes vinhos ficaram conhecidos por torna-viagem, porque faziam uma viagem para fora de Portugal e outra de regresso ao país.
Pensa-se que o vinho terá entrado em Portugal através dos Fenícios, nomeadamente pelos estuários dos rios Sado e Tejo, por volta de 600 anos a.C. Os Fenícios procuravam metais e como moeda de troca ofereciam, entre outros produtos, ânforas de vinho e azeite.