Regiões Vitivinícolas
Só a Serra de São Mamede, a norte da denominação, se diferencia do padrão. Os solos alternam entre o xisto, argila, mármore, granito e calcário, numa diversidade pouco comum. O clima é claramente mediterrânico, quente e seco, com forte influência continental.
O Alentejo encontra-se dividido em oito sub-regiões, Borba, Évora, Granja-Amareleja, Moura, Portalegre, Redondo, Reguengos e Vidigueira, agrupadas em três grupos distintos. Portalegre é a sub-região mais original, com solos predominantemente graníticos, influenciada pela frescura da Serra de São Mamede. A paisagem oferece inúmeras parcelas de vinhas velhas, plantadas nas encostas íngremes da serra, beneficiando de um microclima único que confere frescura e complexidade.
Borba, Évora, Redondo e Reguengos personificam a identidade alentejana, terra de equilíbrio e harmonia, na proporção certa entre frescura e fruta, energia e suavidade. As sub-regiões de Granja-Amareleja, Moura e Vidigueira, no Sul da denominação, oferecem vinhos mais quentes e suaves, com terras pobres e secas, onde a vinha sofre com a dureza do clima e a pobreza dos solos.
Galeria Fotográfica da Região Vitivinicola do Alentejo
Nas variedades brancas destacam-se o Antão Vaz, Arinto e Roupeiro, para além das hoje pouco valorizadas Diagalves, Manteúdo, Perrum e Rabo de Ovelha. Nas castas tintas sobressaem o Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira, para além das menos comuns Moreto, Tinta Caiada e Tinta Grossa.
A presença dos romanos no Alentejo contribuiu para a implantação da vinha em diversas zonas da região. Após fundação de Beja, entre 31 e 27 a. C., assistiu-se a um grande aumento no cultivo da vinha. Próximo da zona da Vidigueira foram encontrados pedaços de talhas de barro, grainhas de uvas e um lagar de granito.
Após a expulsão dos mouros do Alentejo, o poder real e as ordens religiosas incentivaram a vitivinicultura. A população era obrigada a cultivar as terras com vinha e depois de três, quatro ou cinco anos desde a plantação era obrigada a dar uma determinada quantia da sua colheita. Em 1221, D. Afonso Henriques determinou que as uvas e vinho produzido seriam posse da Sé de Évora.